quarta-feira, 4 de abril de 2018

Escola de Coimbra envolvida em estudos sobre saúde das populações após os incêndios

A Escola Superior de Saúde de Coimbra está a participar num estudo que pretende perceber o estado de saúde das populações afetadas pelos incêndios de 2017.
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) juntou-se à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge no estudo sobre a saúde das populações atingidas pelos incêndios de 2017.
Uma nota de imprensa da ESTeSC enviada esta quarta-feira à agência Lusa especifica que o grupo desta instituição de ensino integra 41 elementos entre estudantes, docentes e não docentes e que o estudo engloba praticamente 30 concelhos.
“O protocolo de cooperação, assinado em fevereiro, prevê a colaboração de estudantes, docentes e não docentes da ESTeSC em dois projetos distintos: um estudo nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande; e outro a envolver 26 concelhos da região Centro. O projeto, coordenado pela Professora Cristina Santos, do Departamento de Saúde Ambiental da ESTeSC, abrange a participação de 41 elementos da ESTeSC”, lê-se na nota de imprensa.
Os grandes incêndios de 2017, o primeiro em Pedrógão Grande, em junho, e o segundo em grande parte da região Centro, em outubro, provocaram a morte a 115 pessoas, além de centenas de feridos, e a destruição de milhares de casas, empresas e de uma vasta área florestal.
“No primeiro estudo serão avaliados os efeitos a longo prazo dos incêndios na saúde de 330 indivíduos, previamente identificados. O programa prevê a aplicação de um inquérito (onde, entre outros, serão registados aspetos como o estado de saúde física/mental, a capacidade respiratória, os hábitos tabágicos e alimentares, e a preparação para emergências), a realização de provas respiratórias e de uma radiografia ao tórax. Esta avaliação será realizada em duas fases: a primeira em março/abril de 2018 e a segunda em outubro/novembro 2019”, sintetiza ainda a escola.
O segundo, ainda de acordo com a mesma informação, “pretende conhecer as opiniões e necessidades das populações na área da saúde mental”.
“Ao longo de duas semanas, serão realizados inquéritos a 75 indivíduos, residentes nos concelhos de Arganil, Castanheira de Pera, Carregal do Sal, Figueiró dos Vinhos, Góis, Gouveia, Lousã, Marinha Grande, Mira, Mortágua, Nelas, Oleiros, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Santa Comba Dão, Seia, Sertã, Tábua, Tondela, Vagos, Vila Nova de Poiares e Vouzela”, explica aquela informação.
A realização destes dois estudos por parte da Administração Regional de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde decorre de uma resolução do Conselho de Ministros, em julho de 2017, que determinou a implementação de um plano estratégico de saúde pública para avaliar os efeitos dos incêndios na população.
O objetivo passa por adquirir conhecimentos que auxiliem a tomada de decisões em saúde, bem como minimizar os riscos de exposição das populações vulneráveis. “Para a ESTeSC, assume particular relevância a participação de docentes, não docentes e gabinete de apoio ao estudante na valência de psicologia neste estudo, enquadrado nas várias valências do ensino em saúde exercidas”, conclui a nota de imprensa.
In Observador

Empresa dos ‘Kamov’ notificada a pagar 4 milhões de euros por incumprimento

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou hoje que a empresa que faz a manutenção dos helicópteros Kamov' foi notificada para pagamento de quase quatro milhões de euros por incumprimento.
"A empresa responsável pela manutenção dos ‘Kamov' está neste momento notificada para pagamento de penalidades por incumprimentos em 2017 e 2018 que ascendem a perto de quatro milhões de euros. É essa a dimensão do incumprimento contratual que tem sido reiteradamente assumido", revelou Eduardo Cabrita no parlamento.
Numa interpelação ao Governo do CDS sobre a "preparação da próxima época de incêndios", o responsável da pasta da Administração Interna acrescentou que "no passado dia 29, a Autoridade Nacional de Aviação Civil informou a empresa em causa que não estava em condições de cumprir as obrigações contratuais relativamente à manutenção dessas aeronaves".
"É neste quadro que estamos a ponderar todas as soluções na defesa daquilo que é o interesse público e não a preocupação com qualquer prioridade a questões de natureza privada", acrescentou.
Eduardo Cabrita tinha sido questionado sobre a situação dos ‘Kamov' pelo deputado do PCP Jorge Machado, pela deputada do BE Sandra Cunha e pelo deputado de "Os Verdes" José Luís Ferreira, mas a questão tinha sido também colocada na intervenção inicial do deputado do CDS Telmo Correia.
In Sapo24

Proteção Civil diz que estão a ser criadas condições para que não se repita 2017

O presidente da Proteção Civil, Mourato Nunes, disse hoje que estão a ser criadas condições para que a tragédia dos incêndios de 2017 não se repita, mas que também é necessário que cada um se proteja.
"Está-se a trabalhar para criar condições para que situações destas [como os incêndios de 2017] não se repitam”, afirmou hoje, em Coimbra, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), tenente-general Carlos Manuel Mourato Nunes, sublinhando que não se trata “apenas de uma promessa”.
Mas isso não dispensa a necessidade de que “cada pessoa seja um agente de proteção civil” e se criem “condições para que cada cidadão se proteja tanto quanto possível”, alertou, Mourato Nunes, que falava hoje, ao final da tarde, em Coimbra, na sessão de encerramento do Encontro de Reflexão sobre os Incêndios Florestais, promovido pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Universidade de Coimbra (UC).
A defesa de pessoas e bens é uma “preocupação constante da Proteção Civil, mas tem que ser assumida por todos, cada um à sua medida”, sintetizou Mourato Nunes, referindo que a ANPC está “a tentar consciencializar as pessoas para o risco” e aquilo que “devem proteger”.
Sem “acusar ninguém” e sublinhando que se trata de “responsabilidades de todos”, Mourato Nunes apontou a inexistência de cadastro das propriedades rurais (instrumento que é “decisivo” para os ordenamentos do território e florestal, mas que foi “sistematicamente adiado”, e de planos de proteção de zonas industriais ou o recurso a materiais inflamáveis, designadamente nas coberturas de edifícios industriais, como fatores adversos para a proteção da floresta e de bens.
Este operacional salientou que “está a ser feito um trabalho importante”, designadamente por responsáveis e por proprietários, no sentido de evitar a repetição da tragédia do ano passado.
“O nosso maior problema é o ordenamento florestal (andamos 30 anos a fazer o ordenamento urbano e esquecemos o resto)”, defendeu o presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus, salientando que os próprios planos diretores municipais contribuíram para essa situação e para “promoverem o abandono de espaços rurais, convencido de que isso era uma coisa boa”.
“Temo de inverter o elevado número de ignições” e de promover a consciencialização do risco, sustentou, por outro lado, o tenente-coronel Joaquim Delgado, comandante do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.
“Não podemos continuar a ter práticas de risco para nós e para os outros”, alertou o responsável do SEPNA, recordando que no dia 16 de outubro de 2017 (poucas horas depois de terem deflagrado os incêndios que provocaram 49 mortes e a atingiram mais de 200 mil hectares de território), foram levantados “60 autos de contraordenação” porqueimadas.
Antes, Domingos Xavier Viegas, diretor do CEIF e investigador da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da UC, apresentou alguns “resultados preliminares do encontro”, que foi promovido, com o apoio da UC, na sequência de um desafio lançado, nesse sentido, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na reunião participaram mais de quatro dezenas de representantes de entidades envolvidas na gestão dos incêndios florestais, desde operacionais e autarcas a cientistas e empresários ou produtores florestais, disse Xavier Viegas, adiantando que as conclusões do encontro serão tornadas públicas depois de serem entregues ao Presidente da Republica.
In Sapo24

Incêndios. A rede SIRESP esteve indisponível durante nove mil horas em 2017

A rede que serve de sistema único de comunicação entre as forças e serviços de segurança e emergência falhou durante nove mil horas, em 2017, o ano em que se verificou a maior área ardida em Portugal.


O ministro da Administração Interna adiantou esta quarta-feira no parlamento que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) esteve indisponível nove mil horas em 2017.
O SIRESP é uma rede de comunicações de emergência e segurança, com mensagens encriptadas. “O SIRESP é um sistema único, baseado numa só infra-estrutura, nacional, partilhado, que assegura a satisfação das necessidades de comunicações das forças e serviços de emergência e de segurança, satisfazendo a intercomunicação e a inter-operabilidade entre aquelas forças e serviços e, em caso de emergência, permite a centralização do comando e da coordenação”, lê-se no site.

“O levantamento que foi feito aponta para nove mil horas de indisponibilidade da rede SIRESP em 2017, e daí tiremos sem demagogias as responsabilidades necessárias”, disse Eduardo Cabrita, durante a interpelação do CDS ao Governo sobre a “preparação da próxima época de incêndios”.

O ministro deu conta de que estão a ser instaladas 451 antenas nas áreas consideradas de maior risco de incêndio, tendo sido já adquiridas as unidades móveis que vão integrar o SIRESP.

In Observador

Eduardo Cabrita anuncia fim da época de incêndios

O ministro da Administração Interna anunciou que este ano não haverá diferenciação temporal na prevenção e combate aos incêndios.
"Só o CDS e o PSD é que ainda falam em época de incêndios", disse Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna no debate pedido pelo CDS sobre a "preparação da próxima época de incêndios". "Acabou. Os incêndios e a segurança são uma prioridade todo o ano", garantiu o ministro.
Eduardo Cabrita garantiu ainda que estão disponíveis "meios como nunca existiram", referindo-se a "helicópteros, aviões pesados" que estarão "disponíveis todo o ano".
No entanto o ministro não respondeu às questões de Telmo Correia, do CDS, e Duarte Marques, do PSD, que queriam saber concretamente quantos meios estão disponíveis para evitar que as tragédias do ano passado se repitam. "Não respondeu às perguntas, isso é que é desespero", ouve-se da bancada do PSD no final da intervenção de Cabrita.
Telmo Correia quis mesmo saber o que vai fazer o ministro em relação ao concurso dos meios aéreos e para quando vai a Força Aérea tomar assumir as novas funções no combate aos incêndios. Duarte Marques acusou o governo de fazer "propaganda, que apesar de "muito estar planeado" parece que o governo está "ainda mais atrasado do que o ano passado".
Eduardo Cabrita aproveitou ainda o debate para avançar que vão estar disponíveis "79 novas equipas profissionais de bombeiros", num total de "1300 bombeiros profissionais apoiados pelo Estado" e "300 equipas profissionais de bombeiros até ao final do ano". "Nós não esperamos pelo verão, foi em fevereiro que 600 mulheres e homens" da GNR começaram a formação para integrarem as equipas do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS).
Em relação às comunicações, Cabrita garantiu que até maio estariam prontas as antenas que garantirão a redundância das comunicações. "Estamos a fazer o que em décadas não foi feito", acrescentou o ministro.
In Jornal I