sexta-feira, 18 de agosto de 2006

O olhar do presidente da Cáritas sobre os Incêndios

Apesar deste ano ser menor a área ardida, ainda assim houve incêndios e, sobretudo, perderam-se vidas humanas. Isso mesmo faz questão de lembrar Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas portuguesa.

O presidente da Cáritas que, nos últimos anos, tem assumido para si a tarefa de reconstruir casas que as chamas consumiram, espera igualmente que as pessoas comecem a olhar para o problema dos incêndios como seu, por isso mesmo, defende a aposta na educação.

"As pessoas continuam a viver de emoções e a ficar revoltadas perante estes problemas mas não tenho a certeza se se sentem parte da solução desses mesmos problemas. Muitas vezes caímos no erro de achar que são questões que dizem respeito a outros (...) cada um, ao seu nível, tem um papel a desempenhar".

Eugénio da Fonseca comenta igualmente a estratégia para a floresta hoje anunciada: "O aspecto da formação de todos os que lidam com a floresta, por onde tem que passar uma consciencialização da população em geral, para a importância da floresta no equilíbrio do ecossistema e também me parecem relevantes os princípios enunciados que têm relação com a economia e com o mercado alimentado pela floresta".

Rádio Renascença

As zonas mais castigadas pelos Incêndios

Os parques das serras de Aire e Candeeiros e da Peneda-Gerês concentram mais de dois terços da área ardida este ano em zonas protegidas, que ascende a mais de 9 mil hectares de floresta.

O Instituto da Conservação da Natureza (ICN), que tutela as áreas protegidas, refere, em comunicado, que as chamas já consumiram desde o início deste ano 9.068 hectares de 13 parques e reservas nacionais.

Deste total, 3.871 hectares arderam no Parque Nacional da Peneda-Gerês e 3.636 foram consumidos no Parque Natural das serras de Aire e Candeeiros, na sua maioria devido aos incêndios da primeira quinzena de Agosto.

De acordo com o ICN, o incêndio que atingiu, entre 8 e 15 de Agosto, o Parque da Peneda-Gerês destruiu mais de 3.000 hectares de paisagem natural, o equivalente a quatro por cento desta área protegida.

Em grande parte foram consumidos matos para a pastorícia, tendo sido também afectada parcialmente a Mata do Mezio e a Reserva Integral do Ramiscal.

Nesta última zona, considerada uma das mais importantes em termos de biodiversidade ecológica, a maioria dos carvalhos poderá ter resistido ao fogo, pelo que o ICN antevê uma recuperação da área ardida num prazo de dois anos.

Apesar de um número significativo de azevinhos ter ardido, as zonas onde a águia-real costumava procurar alimento conservaram-se intactas, ressalvou o mesmo
organismo.

Na mata do Mezio, constituída por carvalhos e vidoeiros, o parque de campismo deverá ser reaberto este fim-de-semana.

No Parque Natural das Serras de Aire e dos Candeeiros, o incêndio ocorrido entre 10 e 13 de Agosto consumiu 3.024 hectares, correspondentes a 7,9% da área total desta zona protegida.

Segundo o ICN, o fogo destruiu matos mediterrânicos, que poderão estar reconstituídos ao fim de quatro a cinco anos.

As chamas provocaram também estragos relevantes nos parques da Serra da Estrela, onde arderam 666 hectares, e do Guadiana, onde foram consumidos 595 hectares de floresta.

O organismo salienta que, em 80% dos 297 incêndios registados desde o início deste ano em paisagem protegida, a área ardida foi inferior a dois hectares, graças à intervenção das equipas de vigilância e de primeira intervenção e das brigadas de sapadores.

Rádio Renascença

Ministro da Defesa satisfeito com ajuda do Exército nos Incêndios

Nuno Severiano Teixeira disse hoje que o exército está a "responder bem e com sucesso" ao apoio no combate aos incêndios florestais.

Após uma apresentação sobre as missões de interesse público feitas pelo Exército, no Comando Operacional das Forças Terrestres, em Oeiras, o ministro elogiou as Forças Armadas.

"Têm estado a desenvolver com muita competência e empenho" as suas funções no apoio no combate aos incêndios, referiu.

No quadro das missões de interesse público, e no que diz respeito aos fogos florestais, o Exército desenvolve dois planos: o "Vulcano", destinado a apoiar a Direcção-geral de Recursos Florestais, e o "Lira", para apoiar o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

O chefe de Estado-maior do Exército, Valença Pinto, explicou que o "Vulcano" está orientado para a prevenção de incêndios, com a abertura e limpeza de caminhos e combate ao fogo em primeira intervenção.

Neste plano, o Exército tem empenhado em média, este ano, 150 militares por dia, tendo reparado e limpado, até 15 de Agosto, 30 quilómetros de caminhos. Participou também na primeira intervenção em 33 combates a fogos florestais.

De acordo com Valença Pinto, o plano "Lira" está orientado para o combate, designadamente no apoio às operações de rescaldo e de vigilância ao próprio rescaldo.

No âmbito deste plano, o Exército já participou, até 15 de Agosto, em 32 operações de rescaldo e vigilância.

Rádio Renascença

Dois mortos e sete feridos no IP5

Dois mortos e sete feridos é o resultado de um acidente rodoviário que ocorreu na madrugada desta sexta-feira, no Itinerário Principal 5 (IP5). A informação foi avançada por fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro de Viseu.

O acidente ocorreu por volta das 6h09 , ao quilómetro 84 do IP5, perto das bombas da Galp, em Figueiró.

Segundo o comandante dos Bombeiros Municipais de Viseu, Jorge Antunes, "tratou-se de uma colisão frontal entre dois ligeiros de mercadorias".

"Na carrinha portuguesa de um serviço de limpezas seguiam oito pessoas, duas morreram e seis ficaram feridas", acrescentou.

No outro veículo ligeiro de mercadorias, uma carrinha espanhola, seguia apenas o condutor, que também ficou ferido.

Jorge Antunes disse ainda que "os sete feridos, dois dos quais em estado considerado grave, foram transportados para o Hospital de S. Teotónio, em Viseu".

No local estiveram 21 homens, apoiados por oito viaturas dos Bombeiros Municipais de Viseu e de Vouzela. O comandante dos Bombeiros Municipais de Viseu informou que o IP5 esteve interrompido nos dois sentidos até cerca das 8h00.

Agência Lusa

Estratégia Nacional quer baixar risco de incêndio

Diminuir os riscos de incêndios, a curto prazo, e assegurar a competitividade do sector, a longo prazo, através de seis linhas de acção são os principais objectivos da Estratégia Nacional para a Floresta, apresentada esta quinta-feira em Lisboa.

O documento final da estratégia, aprovado ontem em Conselho de Ministros, foi apresentado pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, e pelo Director-Geral dos Recursos Florestais, Castro Rego.


«É uma estratégia a 30 anos, um compromisso intergerações para um elemento fundamental da Agricultura portuguesa. Este é um documento importantíssimo, consensualizado com todos aqueles que trabalham e vivem na floresta», afirmou Jaime Silva.

Deste modo, a Estratégia Nacional para as Florestas constitui-se como o elemento de referência das orientações e planos de acção públicos e privados para desenvolvimento do sector nas próximas décadas, procurando maximizar o valor das florestas.

«Esta estratégia enquadra instrumentos que darão frutos no médio e longo prazo, pelo que é preciso sermos pacientes», acrescentou Jaime Silva, sublinhando, sobretudo, a especialização do território e a importância dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal, cujos últimos dez deverão estar concluídos até Novembro.

O Conselho de Ministros aprovou hoje mais cinco Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF), que se juntam a outros seis aprovados anteriormente, «instrumentos fundamentais para a gestão correcta dos espaços florestais».

Os Planos irão vigorar por um período máximo de 20 anos, podendo ser sujeitos a alterações periódicas, a efectuar de cinco em cinco anos, tendo em conta os relatórios anuais da sua execução, elaborados pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais.

A Estratégia Nacional para as Florestas tem em conta o actual estado dafloresta portuguesa, as mudanças de contexto e novos riscos, como as alterações climáticas, as pragas e os próprios incêndios, o despovoamento rural ou os novos actores da floresta, como o associativismo para uma gestão comum, através das zonas de intervenção florestal (ZIF).

Assim, a estratégia passa por uma especialização do território, atravésde uma diferenciação geográfica das funções do espaço florestal, a certificação florestal, com o objectivo de certificar em 2013 mais de 20 por cento dos produtos lenhosos e cortiça.

Melhorar os serviços de aconselhamento e de apoio à gestão, concretizar o sistema nacional de informação sobre os recursos florestais e desenvolver a representatividade das Organizações de Produtores Florestais junto dos proprietários florestais são outras das estratégias hoje apresentadas.

O Governo pretende, ainda, racionalizar e simplificar o quadro legislativo, consolidar as competências da autoridade florestal nacional na coordenação das políticas e instrumentos de aplicação e usar os Planos Directores Municipais como repositório de todas as orientações.

TSF

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Fogo destruiu 36 mil hectares

Balanço da primeira quinzena de Agosto nas florestas portuguesas.
Já ardeu floresta equivalente a quatro vezes a área da cidade de Lisboa.
Entre 31 de Julho e 14 de Agosto, os incêndios destruíram 36 mil hectares em Portugal continental. Os dados são da União Europeia, noticiados hoje pelo Público. O balanço parece menos negativo quando comparado com o ano de 2005.

Durante os últimos 15 dias, os incêndios destruíram cerca de 36 mil hectares de floresta portuguesa, o que equivale a quatro vezes a área da cidade de Lisboa.

A área ardida, que neste momento totaliza quase 50 mil hectares, mais que triplicou em relação aos 13.591 hectares destruídos desde o início do ano.

Ainda assim, o total da área ardida até ao final de Julho representou menos de um quinto da média dos últimos cinco anos em igual período.

Há 15 dias, dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais apontavam para a destruição de 13.971 hectares, em contraste com os mais de 91 mil hectares que nesta altura já tinham sido consumidos pelas chamas em 2005.

As condições meteorológicas registadas ontem e hoje contribuíram para que a situação dos incêndios acalmasse. Hoje, às 10h30, não existia qualquer incêndio activo de acordo com a página na Internet do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Os dados da União Europeia foram compilados ao abrigo do Sistema de Informação sobre Incêndios Florestais na Europa, que mede a aérea ardida através de imagens de satélite.

Sapo / Sic

Mensagem de prevenção não chega a quem devia

"Portugal sem fogos depende de si." A mensagem inscrita nas campanhas de sensibilização deste ano não está a chegar aos destinatários. Após o choque de 2003, os fogos transformaram-se numa banalidade e são hoje vistos, por muitos, como algo sem solução. Descrédito nas políticas, excesso de informação e mensagens desajustadas são algumas causas apontadas. Especialistas dizem que a aposta tem de passar por campanhas de proximidade.

A indiferença provocada pelo tema é ainda mais grave tendo em conta que a maioria dos fogos são provocados pela acção humana e por negligência. E só a mobilização dos cidadãos pode alterar este cenário. O número de fogos deste mês e as muitas acções de prevenção que ficaram por fazer mostram que esta responsabilidade individual não está a ser assumida pelos portugueses, afirma um responsável do sector.

"Somos cada vez mais espectadores deste problema. Assistimos ao drama dos incêndios pela televisão como se não fosse nada connosco", diz o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Duarte Caldeira mostra-se preocupado com a indiferença da população, que, diz, aprendeu a encarar o problema como algo sem solução. "Verão é sinónimo de férias, mas passou a ser também sinónimo de incêndios."

Enquanto muitos sofrem na pele esta tragédia - que todos os anos leva vidas, casas e manchas florestais - metade do País assiste de longe. Os que se mobilizam, acrescenta, "apenas o fazem quando são vítimas das circunstâncias e o problema lhes bate à porta. Mas encaram isso como uma fatalidade. Os outros não mudam o seu comportamento, continuam apenas a lamentar o assunto."

Este sentimento de "demissão colectiva" é recente, considera Duarte Caldeira. Depois do "choque de 2003", quando o País acordou para o problema, houve oportunidade de inverter as coisas. Mas foi uma oportunidade mal aproveitada. Sucessivas reformas e mudanças no sector - que acompanharam a instabilidade política - transformaram o tema dos fogos "em arma de arremesso político". Especialmente na silly season, época sem notícias e factos políticos. "Quando a mensagem que passa é de que a culpa é dos sucessivos Governos e das suas políticas, a população baixa o alerta e desmobiliza."

Mensagem

E se nem tudo pode ser explicado pela informação, esta também contribui para o problema. Para o sociólogo da comunicação José Jorge Barreiros, a cobertura noticiosa dos fogos é centrada em três abordagens: o drama das pessoas afectadas, o espectáculo das chamas e o funcionamento do dispositivo antifogos. "Este tipo de abordagem é útil para sensibilizar mas não para transformar", defende. Até porque, perante esta abordagem, "as pessoas entendem que é um problema que não é seu e que não podem resolver".

A desadequação da mensagem aos destinatários é o principal problema identificado pelo professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). "A informação é feita para quem está à distância, através de um olhar urbano, e não para as realidades locais." E, desta forma, não chega a quem devia chegar. "É preciso adequar os conteúdos às diferentes realidades do País, explicando às pessoas o que podem ganhar com a prevenção e como a questão pode interferir nas suas vidas. E a forma como isso é feito tem de ter diferente num monte alentejano ou no vale do Ave", porque a malha social, a utilização do solo e a população são diferentes.

Os bombeiros dizem-se disponíveis para ajudar nesta missão. A estrutura local das associações de bombeiros voluntários está próxima da população e poderia ajudar a passar esta informação, adianta o presidente da Liga dos Bombeiros. Contudo, para isso, seria necessário uma estrutura permanente, não assente apenas no voluntariado. "É preciso explicar como é que cada um pode contribuir para a solução", acrescenta Duarte Caldeira. Numa aldeia do interior, trata-se de corrigir actos ligados à prática agrícola, como as queimadas. Nas cidades, o desafio é ensinar os habitantes a comportarem-se no espaço rural. Sem riscos.

Campanhas só a longo prazo

"As campanhas têm como objectivo sensibilizar as pessoas, não mudam comportamentos." A ideia é defendida por Luís Rosendo, da Associação Portuguesa de Empresas de Publicidade e Comunicação (APAP). O representante do sector não duvida da eficácia deste tipo de acções, mas sublinha que "demoram anos a produzir efeitos".

"A mensagem chega às pessoas, mas a mudança de atitudes não pode depender apenas das campanhas. Elas têm de ser vistas como um complemento de acções no terreno." E dá como exemplo outra área em que nada parece mudar: a sinistralidade rodoviária. "Toda a gente está sensibilizada para o assunto, toda a gente sabe que tem de manter a distância de segurança em relação aos outros carros, respeitar a velocidade... mas os acidentes continuam a ocorrer."

Luís Rosendo acredita que a população não é indiferente às mensagem e que, quando confrontada com uma situação real, se lembra do que fazer. "Esse é o papel das campanhas, mas os comportamentos que cada um decide adoptar dependem de muitas outras questões."

Diário de Notícias

Fotos do Incêndio - Colcurinho 19/07/2005


Fotos de: Fábio Brito (bvoh)

Fotos do Incêndio - Colcurinho 19/07/2005

Fotos de: Fábio Brito (bvoh)

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Foto Beriev BE-200 a abastecer na Ria de Aveiro

Beriev BE-200
Foto de: Paulo Correia

Fogos entre 5 e 13 de Agosto são um terço do total desde Maio

Os incêndios que ocorreram no País entre o dia 5 de Agosto e domingo (dia 13) representam um terço dos fogos registados desde 15 de Maio, revelou ontem o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).

De acordo com o Comandante Nacional do SNBPC, Gil Martins, que falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa deste serviço, em Lisboa, os 4.600 fogos registados durante estes nove dias representam 32% do total de incêndios.

«É um número que não deixa de ser significativo», disse o responsável, adiantando que ocorreram, na maioria dos dias, mais de 490 ignições diárias.

Desde o dia 7 deste mês e até domingo, ocorreram 2.279 incêndios em mato e 1.353 em floresta.

No mesmo período, o SNBPC realizou 442 abastecimentos de água às populações.

Durante esta semana, os grupos de reforço terrestre realizaram 16 missões, 28 deslocações e combateram 16 fogos, enquanto os meios militares efectuaram 14 missões, envolvendo 33 pelotões, cinco máquinas de rasto e um helicóptero Allouette III, da Força Aérea.

Gil Martins destacou o «forte empenhamento da estrutura militar e das Forças Armadas». Os helicópteros de ataque inicial participaram em 598 missões, com um total de 7.441 descargas em mais de 659 horas de voo, enquanto os aviões de ataque inicial fizeram 321 missões e 941 descargas em 14 horas de voo.

Os aviões de ataque ampliado fizeram 246 descargas em 22 missões, que representaram 17 horas de voo.

O comandante nacional do SNBPC sublinhou ainda o «êxito das equipas de primeira intervenção», que conseguiram extinguir, na primeira actuação, 1.066 fogos, quase 90% do total de missões desde o início da época de fogos.

Neste momento mantêm-se grupos de reforço nos distritos de Viana do Castelo, Aveiro e Viseu em acções de consolidação da extinção dos fogos e de vigilância.

Um total de dez pelotões militares, 200 militares, 11 máquinas de rasto e um helicóptero participam em acções de consolidação dos perímetros em Viana do Castelo, Porto, Aveiro e Leiria.

Gil Martins alertou ainda que a previsão do tempo para os próximos dias aponta para uma descida das temperaturas, precipitação, trovoadas e vento que poderá atingir os 70 quilómetros/hora nas terras altas, recomendando atenção da população às condições meteorológicas, depois de vários dias de muito calor.

Dada a previsão meteorológica, o país está agora em alerta azul, o nível mais baixo de risco de incêndio.

Diário Digital

Nove mortes no combate às chamas

Desde o início do Verão já morreram nove pessoas no combate aos fogos, em Portugal. O sexagenário que morreu no incêndio de Oliveira de Frades, em Viseu, foi a primeira vítima entre a população civil.

António Tavares, de 67 anos, morreu enquanto tentava salvar a propriedade e os canos de rega. Foi a primeira baixa civil nos incêndios deste ano, onde oito bombeiros já perderam a vida.

No princípio de Julho, cinco chilenos e um português sucumbiram às chamas de Gonçalo, na Guarda. No último fim-de-semana, um elemento dos bombeiros voluntários do Porto morreu num despiste devido ao rebentamento de um pneu.

Também uma operadora de comunicações foi encontrada sem vida na cabine do veículo que coordenava o combate ao incêndio em Porto de Mós, Leiria.

O ano mais negro foi o de 2003, quando 20 pessoas morreram, quase todas carbonizadas. Os incêndios que queimaram o país durante todo o Verão mataram quatro bombeiros e 16 civis.

Em 2005, o número de mortes voltou a ser alarmante: das 18 vítimas mortais, 13 eram bombeiros.

Sapo / Sic

Circunscrito único fogo por controlar, em Meda

O incêndio em Meda, distrito da Guarda, o único que se encontrava por controlar em Portugal continental, foi circunscrito hoje de manhã pelos bombeiros, segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Apesar de circunscrito, às 7:30 de hoje mantinham-se em Meda 51 bombeiros, apoiados por 13 viaturas, no combate ao fogo que eclodiu ao final da tarde de terça-feira.

De acordo com a página na Internet do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, não há qualquer outro incêndio activo significativo.

Na segunda-feira registaram-se 321 fogos, o menor número desde 4 de Agosto, segundo a mesma fonte.

Agência Lusa

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Homem morre em fogo de Oliveira de Frades

Um homem morreu esta segunda-feira no incêndio que começou a lavrar há três dias em Paredes e chegou à freguesia de Reigoso, em Oliveira de Frades, disse à Agência Lusa o delegado de saúde local.

Segundo António Cabrita Grade, delegado de saúde substituto de Oliveira de Frades, «um homem de 67 anos foi encontrado carbonizado num caminho florestal de Reigoso, em Oliveira de Frades».

A fonte adiantou que «a confirmação do óbito foi feita por volta das 18:30, tendo já sido identificado».

«Trata-se de um homem natural da freguesia de Reigoso», acrescentou.

O incêndio de Paredes, no concelho de Oliveira de Frades, (Viseu), mantém-se activo desde sábado à tarde, estando envolvidos 113 bombeiros, 28 veículos e um helicóptero no combate às chamas.

Diário Digital / Lusa

Quem não se lembra - Pampilhosa da Serra 13-08-2005

Incêndio visto da EN-17, Recta da Salinha
(sensivelmente 78 km de Distância)
Incêndio visto da EM-543, Estrada Vale Maceira-Piódão Km 4
(sensivelmente 53 km de Distância)

Incêndio visto da EM-543, Estrada Vale Maceira-Piódão Km 7
(sensivelmente 50 km de Distância)

Incêndio visto da EM-543, Estrada Vale Maceira-Moura da Serra
(sensivelmente 45 km de Distância)

Incêndio visto da EM-543, Cruzamento da Cerdeira / Benfeita
(sensivelmente 43 km de Distância)

Serviço de protecção da natureza da GNR não funciona de noite e nos feriados

Os militares do Serviço Nacional de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, responsáveis por detectar incendiários e controlar a caça e a pesca, a contaminação do meio ambiente e o ordenamento do território, não podem trabalhar à noite e nos feriados devido à falta de verbas.

Amanhã, dia feriado e abertura da época oficial de caça, os militares da GNR, que "representam cerca de metade dos efectivos do Sepna, vão ter de ficar em casa", afirmou Rui Raposo, da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP).

"O Sepna tem falta de meios financeiros suficientes para optimizar o trabalho da GNR. As acções dos guardas florestais, no que toca à prevenção dos fogos, estão a ser limitadas pelas contingências orçamentais", alertou Rui Raposo.

Para além de não poderem trabalhar nos feriados, "os militares estão impedidos de exercer as suas funções no período nocturno, altura em que ocorrem muitas infracções".

Os horários de trabalho da GNR estão condicionados aos períodos compreendidos entre as 07h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 20h00, explicou Rui Raposo, lamentando que haja "horas do dia em que não está ninguém no terreno".

"Os horários não estão a ser praticados de acordo com as necessidades de serviço, mas tendo em atenção as limitações orçamentais", criticou o mesmo responsável.

O policiamento florestal é feito por militares da GNR e pelo Corpo Nacional da Guarda Florestal, que pertencia à extinta Direcção-Geral de Recursos Florestais, entretanto integrada no Sepna.

O Sepna tem como função fiscalizar as reservas, os parques e as florestas e cuidar da prevenção de incêndios florestais. Cabe ainda às equipas do Sepna analisar as causas e detectar os autores responsáveis por incêndios florestais, controlar a caça e a pesca, a contaminação do meio ambiente e o ordenamento do território, assim como actividades como o campismo selvagem em áreas proibidas, protegidas ou controladas.

Publico

Incêndios: E os Voluntários o que “ganham”?

Mais uma vez o País ardeu. Este flagelo já passou a ser “negócio”. Contabilizem-se os milhões de euros que todos os anos são “queimados” pelo Estado.
Aonde vão parar?Aos Corpos de Bombeiros só chegam “migalhas”. Os prejuízos são elevados, desde viaturas para reparar, combustível gasto, pneus e mangueiras queimadas, etc. No final o Estado atribui um “subsídio”.

Os milhões de euros são gastos nos meios aéreos, nas horas de voo a mais, nos “subsídios” aos comandantes das bases, em toda a logística que compõe os Centros Distritais de Operações de Socorro, etc.

No entanto, o dinheiro não chega a quem é mais “sacrificado”. A atribuição de um subsídio de 40 (quarenta) euros, por 24 horas de serviço (1,67€ / hora) a cada “voluntário” que integra os GPIs (Grupos de Primeira Intervenção), o “voluntário” que se priva de tudo para, nesta altura do ano, servir o País. Julgo que é “ABUSAR” do voluntariado. Os outros bombeiros que reforçam este grupo nos grandes incêndios que subsídio tem? NENHUM!

Esta “revolta” sente-se nos quartéis, mas os regulamentos não permitem fazer declarações públicas.

Depois vem a velha “máxima”: “isto é para voluntários, só anda cá quem quer!”

Não estarão a menosprezar os VOLUNTÁRIOS neste País onde até há dinheiro para dar a quem não faz nada!

O Sr. Presidente da Republica veio pedir aos patrões para deixarem os seus empregados que são bombeiros saírem para ajudar no combate aos incêndios. A propósito de quê? Se os benefícios que os bombeiros têm são ridículos, (isenção de taxas moderadoras, seguro de vida de valor irrisório, tempo de serviço para a reforma pagando e pouco mais). Os patrões que “benesses” têm?

Porque razão os bombeiros ano não tem benefícios justos e, por conseguinte, outros incentivos tais como:
§ Redução da idade da reforma;
§ Isenção de propinas para os filhos;
§ Redução de I.R.S.;
§ Seguro de vida de valor realmente substancial, (não com o valor actual);
§ Isenção de determinadas taxas municipais.

Se o Estatuto Social do Bombeiro fosse justo, os Comandantes teriam mais autoridade para fazer cumprir.

Numa entrevista à RTP o Sr. Ministro da tutela afirmou que “os Voluntários são um ‘património’ do País a preservar”. Assim sendo, neste “negócio” de milhões deviam ter mais consideração por ELES. O Governo deve criar incentivos aos Bombeiros e às entidades patronais. Depois sim, os “fazedores” de opiniões podem dizer que é preciso mais “formação” para o combate aos incêndios!

Quanto à tão falada falta de coordenação, o Poder Politico é o principal responsável. Vejamos a afirmação do Governador Civil de Coimbra numa entrevista ao Expresso: “sou um ‘caloiro’, generalista, com bom senso e dois olhos na cara e não tenho formação técnica no domínio do combate aos fogos”.

Paulo Jesus
Coordenador da Nova Democracia

Descida de temperaturas ajuda combate às chamas

O arrefecimento do país está a revelar-se um contributo decisivo para os bombeiros no combate aos incêndios. Nesta altura, estão quatro fogos por circunscrever.

Em Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, em Sever do Vouga, Distrito de Aveiro, e Oliveira de Frades, Viseu, acredita-se que as chamas serão controladas durante a tarde.A esperança é manifestada à RR pelo comandante distrital em Viseu, no incêndio de Paredes e Oliveira de Frades.

De acordo com César Fonseca, "o incêndio de Paredes tem estado a evoluir favoravelmente para os bombeiros"."Ainda não está circunscrito, mas pensamos dá-lo como circunscrito ainda esta tarde", acrescenta.

Rádio Renascença

António Costa reconhece falhas na prevenção


O ministro da Administração Interna, António Costa, admitiu, este domingo ao fim da tarde, que houve falhas na prevenção dos incêndios em Portugal. De acordo com o ministro, o elevado número de alertas de incêndio registados na última semana demonstra que «a prevenção não produziu os efeitos desejados».

António Costa alerta ainda para o estado da floresta em Portugal. «A floresta não está como devia estar. Há muita degradação e combustível acumulado», diz o ministro.

Considerações feitas no final de uma reunião com responsáveis do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), quando questionado sobre as causas para a última semana ter sido aquela em que se verificaram mais ignições nos últimos cinco anos.

O ministro elogia a boa capacidade de resposta no combate aos fogos e elogia o «esforço extraordinário» das equipas. Ao longo destes últimos dias, mobilizaram-se 65 mil homens, cerca de 16 mil viaturas e 68 pelotões das Forças Armadas. Realizaram-se mais de 1100 horas de voo e mais de 9500 acções de patrulhamento. António Costa lembra ainda as 23 detenções feitas por suspeitas de fogo posto, que resultaram em cinco prisões preventivas.

TVI

Parque Nacional Peneda-Gerês

Fogo continua a destruir Reserva Ecológica no Parque Nacional Peneda-Gerês, onde mais de 3200 hectares já foram devastados.
As chamas continuam a ser combatidas por mais de 200 Homens apoiados por 51 Viaturas e 4 meios aéreos.

Três incêndios por circunscrever

O panorama dos incêndios em Portugal melhorou, esta manhã, com a descida das temperaturas. Três fogos estão por circunscrever no distrito de Viana do Castelo, Viseu e Aveiro.

Um dos incêndios lavra em Mezio, Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, onde as chamas estão a destruir o Parque Natural da Peneda-Gerês. O comandante distrital Costeira Antunes disse à TSF que este fogo «tem uma frente circunscrita, mas existe uma outra situada na montanha que ainda está fora de controlo». O responsável afirmou ainda que julga que o incêndio estará completamente circunscrito nas próximas horas e referiu que não existem populações em risco.O mesmo acontece em outro incêndio por circunscrever, que lavra em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, adiantou à TSF o comandante César Fonseca. «Tem uma frente activa, estamos a tentar controlá-la, mas não há perigo para as populações», afirmou. Em Sever do Vouga, distrito de Aveiro, há um fogo a lavrar no Lugar de Eireira. António Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Talhadas, faz o ponto de situação em relação às chamas. «Não está controlado, embora não esteja numa situação muito difícil, agora tudo depende dos ventos, se aumentarem de velocidade pode ser perigoso», adiantou. Também na Galiza a situação dos fogos está mais calma. Os últimos dados disponíveis indicam que estão 38 incêndios activos, apenas oito por circunscrever.

TSF

Fogo em Arcos de Valdevez é o que mais preocupa

O incêndio de Mezio, no concelho de Arcos de Valdevez, é, neste momento, a frente que dá mais trabalho aos mais de 200 homens que estão no combate às chamas.
Apesar das dimensões do fogo, existem bons indicadores de que a situação poderá melhorar nas próximas horas.

Duas centenas de bombeiros, 50 viaturas e um helicóptero estão envolvidos hoje no combate às chamas no Parque Nacional de Peneda Gerês. O incêndio que lavra já há uma semana ainda não está circunscrito.
O Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil espera que hoje, com as condições climatéricas mais favoráveis, o fogo seja controlado. O comandante Costeira Antunes acredita mesmo que seja uma questão de horas.
"O incêndio continua a lavrar, mas com fraca intensidade. Estamos esperançados que dentro em breve o fogo seja circunscrito", explica o responsável.
Nesta altura, segundo a página on-line do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, estão ainda por circunscrever três incêndios.
Além de Mezio, as chamas também não estão controladas em Cedrim, no concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, e em Paredes, no Concelho de Oliveira de Frades, distrito de Viseu.

Rádio Renascença

“Olhos” postos na prevenção de incêndios

Jovens, desempregados ou escuteiros, de binóculos em punho, vigiam as florestas e ajudam bombeiros a evitar incêndios. Um plano montado pela Protecção Civil que, quase sempre, deixam as chamas vencidas.

São 9h30 e já a sirene toca em sinal de alerta. «Incêndio em mato, em Bostelim, Brasfemes», ouve-se no altifalante que soa por todo o quartel dos Bombeiros Sapadores. Os homens que, minutos antes, se enfileiravam para a primeira chamada, estão agora prontos para mais um ataque às chamas, depois de uma madrugada de “olho aberto” nos reacendimentos.«Começa cedo», reclama Carlos Gonçalves. A meteorologia prevê 30 e muitos graus para Coimbra e o vento sopra surpreendentemente veloz. O dia dedicado a uma “missão especial”: mostrar ao Diário de Coimbra os meios de vigilância das florestas e de prevenção de incêndios, amanhece com preocupação para o responsável da Protecção Civil Municipal.«Este vento está mau para nós. Está a soprar muito forte lá para Norte», havia desabafado, minutos antes do alerta, à chegada ao quartel. O som da sirene veio confirmar o que já previa Carlos Gonçalves. «É preciso ter atenção naquela zona. Se um incêndio pega, arde tudo e haverá populações em perigo», adverte.As chamas alastram em Bostelim, onde este Verão os bombeiros já se deslocaram por quatro vezes. Para incêndios sempre iniciados à beira da estrada, com poucos metros de distância e, quase sempre, durante a noite… É com a preocupação nesta pequena localidade da freguesia de Brasfemes que a partida é dada, rumo a Vale de Canas onde - espera-se - poderá ser vista a coluna de fumo do incêndio que já é combatido por homens das três corporações do concelho.Esta mata, fortemente castigada pelas chamas em 2005, deixa de estar na lista das prioridades mas continua este ano a ter um grupo de jovens a fazer prevenção e vigilância. De bicicleta ou mesmo a pé, sempre de binóculos ao peito, percorrem quilómetros “à caça” de um pequeno sinal.O perímetro de Vale de Canas é passado “a pente fino”, mas o percurso destes jovens, recrutados pelo IPJ, engloba Carapinheira, Casal do Lobo e Dianteiro, locais considerados «prioritários».


Perigo em Torresdo Mondego

Embora há poucos dias as chamas tenham voltado a ameaçar a mata, o trabalho de vigilância não tem dado muitos frutos, felizmente, diga-se. Seja como for, Joana, Nuno e Emanuel sabem bem o que fazer quando for diferente. «Chamar o 117 e tentar, com uma bússola, explicar qual é a localização do foco de incêndio». Depois, é deixar o trabalho para os bombeiros, explica o elemento feminino do “trio” que, juntamente com Nuno, repete uma experiência que os três consideram «muito gratificante», para além do bem que faz à saúde…Os vigilantes do IPJ ficam para trás passam 20 minutos das dez da manhã. As comunicações com a central confirmam a Carlos Gonçalves que «aquilo, em Bostelim, está resolvido». «Era um reacendimento do incêndio de ontem». A viagem pela estrada de Vale de Canas com destino a Torres do Mondego faz-se com menos preocupação, mas num cenário desolador, com hectares e hectares de mata ainda por recompor do violento incêndio de 2005.Na margem esquerda do Mondego avista-se a estrada, aberta pelos militares do Regimento de Espinho, entre os Palheiros do Zorro e os Carvalhos, para facilitar o combate aos incêndios. Na margem direita a vida dos bombeiros está tudo menos facilitada. As ruas são tão estreitas que nem um veículo ligeiro passa, quanto mais um carro de socorro…«É urgente fazer “circulares externas” a estas povoações para o acesso de meios», adverte. Enquanto isso não acontece, os bombeiros continuarão a correr riscos. «Somos obrigados a entrar pelo lado de cima, pela mata, contra todas as regras de segurança», continua Carlos Gonçalves. E o problema não se põe só num incêndio em mato, mas também se as chamas entrarem dentro de habitações.Entre conversas e desabafos, são 10h40 quando o jipe pára em frente ao cemitério de Torres do Mondego. Lá já espera o presidente da junta, António Cardoso, e também Américo Lourenço, homem de poucas palavras mas precioso no trabalho de vigilância e prevenção ao abrigo do Programa Operacional para Carenciados e Subsidiados (POC).«Juntamente com o IPJ, é outro dos meios de que dispomos. Esta, especialmente dedicada às freguesias consideradas de risco», explica Joana Duarte, técnica do Gabinete de Protecção Civil, que acompanha a visita. António Cardoso agradece a inclusão da “sua” Torres do Mondego, até porque, apesar do castigo do ano passado, «nunca se sabe quando é que um indivíduo qualquer não tem um “descuido”…».A manhã continua calma no concelho no que respeita a incêndios. O mesmo não se pode dizer com Montemor-o-Velho. A próxima paragem está marcada para a zona Norte, com passagem pela Cova do Ouro. De lá avistam-se claramente duas colunas de incêndio, confirmadas em Tentúgal e Arazede. É para lá que são chamados os Voluntários de Coimbra, responsáveis pela vigilância e prevenção da zona Sul do concelho. O dever chama, por isso, deixam de ser interlocutores nesta viagem.


Zona Nortede “maior risco”

Entra-se na zona Norte, na de maior risco do concelho. A mancha verde estende-se por muitos hectares e várias freguesias. Os pinhais e pequenas matas particulares estão “recheados” de material combustível. Os declives são especialmente pronunciados e, no fundo deles, vivem centenas de pessoas, em pequenas povoações…Ingredientes mais que suficientes para que a Protecção Civil concentre ali todas as preocupações e destaque para lá muitos “olhos”, dedicados a vigiar e prevenir a propagação das chamas. Três homens fazem a vigilância ao abrigo do POC, mas o protagonismo é dado aos Voluntários de Brasfemes que todos os dias, e até durante a noite, percorrem quilómetros em trilhos labirínticos e muito pouco confortáveis, abertos no meio do mato em busca de um indício de incêndio para ser atacado nos primeiros minutos, com meios que nem sempre são os necessários.«Estamos, como se diz, na “cabeça do touro” no que respeita aos incêndios, mas faltam-nos meios de combate», desabafa o segundo comandante Figueiredo, que encaminha a visita, por entre o mato, agora no jipe do comando dos Voluntários de Brasfemes. A viagem é feita, literalmente, aos solavancos, pelo meio do mato serrado, mas com tempo para lamentar o facto de uma corporação responsável por uma das zonas mais críticas do concelho ter um carro de combate de 1965, … ou seja, com 41 anos. Lamentos de quem, diariamente, tem de lidar com as chamas e sabe bem o perigo que é enfrentá-las em grandes incêndios ou em pequenos “fogachos”, mas sempre em prol da segurança de populações e florestas e contra “mãos criminosas” que, na maioria dos casos, dão que fazer a bombeiros, mas que, algumas vezes, são travados por anónimos que, pagos ou voluntários, se dedicam a vigiar as matas e a prevenir os incêndios. Antes da chegada ao quartel dos Sapadores, onde também funciona a Casa Municipal de Protecção Civil – já passava da uma da tarde – um salto à zona Sul do concelho encaminha o jipe para Almalaguês onde Paulo Pinto coordena escuteiros e jovens do IPJ, dedicados à prevenção e vigilância, e fecha o ciclo montado pela Protecção Civil para combater, até ao final do Verão, os incêndios que ameacem diminuir a mancha florestal do concelho.Como o vento continua forte e o calor é cada vez maior, prevê-se que a preocupação de Carlos Gonçalves se prolongue pela tarde. Para já, a “missão especial” termina com a certeza de que, pelo menos, há muitos “olhos” concentrados em fazer com as chamas sejam as vencidas.


Ana Margalho
Diário de Coimbra

Fogo devastador em Sever do Vouga e Oliveira de Frades

O fogo de Cedrim, Sever do Vouga, não parou este fim-de-semana e, propagando-se a Oliveira de Frades, passou a constituir um só incêndio unindo os distritos de Aveiro e Viseu. Ameaçou casas, atingiu duas empresas, mobilizou mais de 300 bombeiros, um avião pesado e um heli. Ontem à tarde estava «a caminho de ser circunscrito».

O incêndio florestal de Sever do Vouga era ontem dos mais preocupantes no país, com as chamas que partiram na sexta-feira de Cedrim e passaram a atingir, a partir da noite do passado sábado, o concelho de Oliveira de Frades, do distrito de Viseu. Constituindo um só fogo, em Sever do Vouga e Oliveira de Frades, o incêndio avançava destruindo a floresta e ameaçando populações. Chegou a danificar duas empresas, da Zona Industrial de Cedrim, e pontos inacessíveis aos bombeiros. Devido ao avanço descontrolado das chamas temia-se que pela serra acima, por Arcas e Talhadas, poderia chegar a Oliveira de Santos onde há casas junto à A-25. O fogo que lavrava em Aveiro e Viseu chegou a mobilizar durante a tarde de ontem mais de 300 bombeiros.Do lado de Aveiro, na freguesia de Cedrim, o fogo chegou a estar extinto, na sexta-feira, mas reacendeu na madrugada de sábado e atingiu Oliveira de Frades, ameaçando Lagoa e Talhadas. Na madrugada de ontem, o vento mudou o curso do fogo que voltou a Cedrim e se estendeu para Ribeiradio, em Oliveira de Frades. Na passagem por Cedrim, as populações residentes em Carezedo, Vilarinho e Santo Adrião tiveram o fogo perto das suas casas. Particularmente, Santo Adrião esteve toda a madrugada de ontem «cercado pelo fogo, sem água e sem electricidade», segundo o presidente da Junta de Freguesia, Edgar Jorge, que diz ter ficado «encurralado» até às sete horas de domingo. Na zona Industrial de Cedrim, o fogo chegou a duas empresas, sendo que numa há a registar um prejuízo de 200 mil euros, segundo o autarca.Ao final da tarde de ontem, o incêndio em Sever do Vouga mobilizava 176 bombeiros, de 29 corporações, 59 viaturas, um helicóptero e um aero-tanque pesado e cerca das 19:30 horas de ontem, o incêndio estava «a caminho de ficar circunscrito».Em Oliveira de Azeméis, em Vermoim, as chamas ameaçaram casas e, à hora do fecho desta edição, o incêndio de Macinhata de Seixa era o que se encontrava activo, mas controlado. Outros incêndios relevantes na região registaram-se na Ponte da Bateira, em Castelo de Paiva, com alguma relevância.A comunicação e o acesso à informação esteve dificultada ontem pelo corte do acesso ao site do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e da proibição, por parte da GNR, da cobertura do fogo de Cedrim, impedindo a passagem de jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara de estações de televisão, durante a manhã de ontem, na zona de Talhadas.

João Peixinho
Diário Regional de Aveiro

O Estado sempre foi um mau exemplo

Numa altura em que permanecem três fogos por circunscrever em Portugal continental, continuam a surgir críticas ao "mau exemplo" dado pelo Governo no que diz respeito à limpeza dos terrenos.

Enquanto isso, já se encontra circunscrito o incêndio em Sever do Vouga, distrito de Aveiro. Este fogo está activo desde sexta-feira passada. No local, permanecem ainda 133 bombeiros e cerca de meia centena de viaturas. A situação mais preocupante continua a ser Arco de Valdevez. O incêndio já lavra neste concelho há seis dias e, neste momento, continuam a combater as chamas 138 bombeiros, apoiados por 26 viaturas. Em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, os bombeiros esperam ter a situação resolvida nas próximas horas, como relata o comandante distrital.
De acordo com César Fonseca, os bombeiros continuam a tentar apagar a única frente activa. "É uma situação que pensamos controlar nas próximas horas, mas não há qualquer problema" a assinalar. Há ainda incêndios activos no Parque Natural da Peneda Gerês, no concelho de Ponte de Barca, e em Marco de Canavezes, no distrito do Porto.
O presidente da Associação de Bombeiros Profissionais junta-se às críticas sobre o mau exemplo dado pelo Governo, no que diz respeito à limpeza e cuidado dos terrenos estatais.
De acordo com Fernando Curto, "o Estado sempre foi um mau exemplo. Se, por um lado, obriga os privados a fazer um trabalho de prevenção rigoroso", por outro, "ele, que ainda é um grande proprietário de zonas arborizadas", não cumpre as medidas de precaução.

Rádio Renascença

Bombeiro morto em despiste

Um bombeiro morreu e outros dois ficaram feridos num acidente que ocorreu na auto-estrada número 4, que liga Ermesinde a Amarante. Os bombeiros, voluntários do Porto, deslocavam-se a caminho de um incêndio em Marco de Canavezes, quando foram surpreendidos pelo rebentamento de um pneu.
O segundo comandante do Centro Distrital de Operações e de Socorro (CDOS) do Porto, Carlos Pereira, afirmou à Lusa que a vítima mortal era o condutor do jipe e que os dois bombeiros que o acompanhavam, todos pertencentes aos Voluntários do Porto, tiveram apenas ferimentos ligeiros. Carlos Pereira acrescentou que o rebentamento do pneu da viatura provocou o despiste do jipe, que embateu nos "rails" laterais da auto-estrada. Segundo o "site" da Brisa, o acidente ocorreu ao quilómetro 30,7, no sentido Porto-Amarante, antes da saída para Marco de Canaveses, e obrigou ao corte da via esquerda. Os bombeiros dirigiam-se para o combate a um incêndio que lavra desde manhã na serra da Aboboreira, no limite dos concelhos de Baião e Marco de Canaveses, que está a ser combatido por três dezenas de elementos de várias corporações e apoiados por um helicóptero da associação das empresas de celulose, Afocelca.Agência Lusa

sábado, 12 de agosto de 2006

Treze incêndios a meio da tarde

Treze incêndios estão a lavrar no país, tendo sido reactivado o fogo de Sever de Vouga, de acordo com informações divulgadas às 16h30 pelo Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).

Às 14h14, o incêndio em floresta, no concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, reactivou-se, estando a ser combatido por cem bombeiros apoiados por 27 veículos e um helicóptero. Poucos minutos depois, deflagrou um outro incêndio no concelho de Vale de Cambra, também distrito de Aveiro, que obrigou ao destacamento de 31 homens, 11 veículos e um helicóptero. Às 15h35, em Castelo Branco, começou um fogo no concelho da Sertã que está a ser combatido por 51 bombeiros, com a ajuda de 14 viaturas, dois helicópteros e dois aerotanques. Em Sobral de Monte Agraço, distrito de Lisboa, o SNBPC detectou às 13h32 um incêndio, onde estão 59 homens, 18 viaturas e um helicóptero. No entanto, é o incêndio de Porto de Mós que está a reter mais meios do SNBPC: 238 bombeiros, 66 veículos, um helicóptero e um aerotanque combatem as chamas do fogo que começou quinta-feira. Em Arco de Valdevez continua também por circunscrever o incêndio que começou há quatro dias e que neste momento obriga ao destacamento de 77 bombeiros, 20 veículos, um helicóptero e dois aerotanques. Já considerado circunscrito pelo SNBPC está o incêndio que deflagrou às 13:10 no Parque Natural da Serra da Estrela, numa zona de mato do concelho de Seia, continuando a ser combatido por 32 bombeiros, apoiados por nove veículos. Às 12h56, em Oliveira de Frades, deflagrou também um fogo, considerado circunscrito às 15h50, mas continua a ser combatido por 44 bombeiros, 11 veículos e dois aerotanques. Esta manhã foi dado como circunscrito o incêndio em Chimpeles, Figueiró dos Vinhos, distrito de Leiria, envolvendo 133 bombeiros, apoiados por 32 veículos, além de um grupo de reforço de incêndios florestais de Setúbal. Um fogo em S. Paio, Melgaço, distrito de Viana do Castelo, foi igualmente considerado circunscrito às 05h53, mas continuam no local 35 bombeiros e dez viaturas. No distrito da Guarda, um incêndio em Pinhel e outro em Seia, que deflagraram depois das 13h00 também já foram dados como circunscritos, estando ainda nos dois locais cerca de 70 bombeiros apoiados por 19 viaturas. Também no distrito de Coimbra, em Tábua, deflagrou um incêndio às 14h15 que já foi considerado circunscrito pelo SNBPC, que mantém no local 45 homens e 11 viaturas. Um total de 12.425 fogos foi registado desde o início do ano e até 31 de Julho pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, que consumiram 13.971 hectares, um dado que representa seis vezes menos área ardida que em igual período do ano passado.

Sapo / Sic

Fogo em Arco de Valdevez por controlar

No mapa dos incêndios, a situação bastante ficou mais calma esta manhã, depois de circunscritos os fogos em Porto de Mós e Figueiró dos Vinhos. Fora do controlo dos bombeiros está apenas o fogo que lavra em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.


Os incêndios em Porto de Mós e Figueiró dos Vinhos foram dados como circunscritos ao início da manhã de hoje, continuando por controlar o fogo em Arcos de Valdevez, segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).

De acordo com a página da Internet do SNBPC, o incêndio em Boieira, Porto de Mós, distrito de Leiria, que deflagrou quinta-feira à tarde na floresta, foi dado como circunscrito hoje às 6h20.

Este fogo é o que continua a mobilizar mais meios em todo o país, com 375 bombeiros, apoiados por 101 viaturas, entre os quais um grupo de reforço de incêndios florestais de Setúbal.

Também no distrito de Leiria, um incêndio em Chimpeles, Figueiró dos Vinhos, que se mantinha activo desde a tarde de sexta-feira, foi circunscrito às 7h28, mas envolvendo ainda no seu combate 181 bombeiros e 44 veículos.

Este fogo obrigou à activação do plano municipal de emergência e envolveu um grupo de reforço de incêndios florestais de Castelo Branco, tendo contado com a presença do governador Civil de Leiria no teatro de operações.

O incêndio em Mezio, concelho de Arcos de Valdevez, Viana do Castelo, que deflagrou terça-feira, mantém-se por circunscrever, mobilizando 85 elementos, apoiados por 27 viaturas.

No mesmo distrito, os bombeiros consideraram circunscrito às 5h53 um incêndio em S. Paio, Melgaço, que ardia em zona de mato desde a tarde de sexta-feira, mobilizando ainda 35 bombeiros e dez veículos.

Em Amarante, Porto, um incêndio que teve início pelas 13h40 de sexta-feira foi dado como circunscrito às 4h00, permanecendo no local 39 efectivos e dez viaturas.

Um incêndio que deflagrou em zona de mato às 1h20 de sábado em Marrancos (concelho de Vila Verde, Braga), foi dado como extinto às 6h35, tendo sido combatido por 22 bombeiros e seis carros.

Um total de 12.425 fogos foi registado desde o início do ano e até 31 de Julho pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, que consumiram 13.971 hectares, um dado que corresponde a seis vezes menos que a área ardida em igual período do ano passado.

Sapo / Sic

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Alerta máximo devido a calor em 12 distritos


As altas temperaturas que se fazem sentir por todo o país levaram a Direcção-Geral de Saúde (DGS) a colocar 12 distritos em alerta máximo esta sexta-feira.
O alerta vermelho, o mais alto dos três graus de alerta, foi declarado nos distritos de Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém e Setúbal.

O alerta vermelho refere-se a temperaturas elevadas que podem causar problemas graves de saúde. No distrito de Santarém, os termómetros deverão chegar aos 42 graus centígrados, enquanto em Beja, Évora e Leiria as temperaturas máximas previstas são de 40 graus.
Os distritos de Bragança, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu estão sob alerta amarelo, o grau intermédio que é accionado quando as temperaturas poderão causar efeitos na saúde, embora não tão graves como no nível vermelho.

Os distritos de Faro e Guarda encontram-se no nível verde, aplicado a situações normais.

Diário Digital / Lusa

Incêndio de grandes dimensões em Porto de Mós


O incêndio que deflagrou às 15h00 de quinta-feira, na zona de Porto de Mós estava, às 10h00 de hoje, a ameaçar as aldeias de Pedreiras, Moleanos, Casais de Santa Teresa e Ataíja, perto do Itinerário Complementar 2 (IC2), que está cortado. "O fogo desceu a serra e no sopé existem muitas casas metidas no pinhal que têm de ser defendidas", explicou à Lusa o adjunto de comando dos bombeiros de Porto de Mós, Elísio Pereira. Até ao momento, não existe nenhum registo de casas ardidas, embora os bombeiros já tenham contabilizado a destruição de muitos barracões agrícolas e máquinas de uma pedreira, acrescentou o autarca. Em toda a área do incêndio, estavam, às 12h00, 323 bombeiros, apoiados por 89 viaturas e quatro meios aéreos, contando com um Grupo de Reforço de Incêndios Florestais de Setúbal. Outros fogos por controlar Para além do fogo que lavra em Porto de Mós, às 12h00 desta sexta-feira, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil dava conta de outros cinco incêndios por controlar. Melgaço, Arcos de Valdevez, Amarante e Vieira do Minho são os concelhos afectados. Na quinta-feira, estiveram activos em Portugal continental 564 fogos, o maior número de incêndios num só dia dos meses de Agosto dos últimos quatro anos, indicam dados do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Agência Lusa

Bombeira morre em Porto de Mós

Uma das operadoras de comunicações do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria foi hoje encontrada morta na cabine do veículo que coordena as operações de combate ao fogo em Porto de Mós. A notícia é avançada pela agência Lusa, que cita fonte dos bombeiros. Para além do fogo em Porto de Mós, às 12h00 desta sexta-feira estavam cinco incêndios por controlar.
A operadora, de cerca de 30 anos, estava a trabalhar no veículo pesado que funciona como centro de comando operacional em incêndios de grandes dimensões e terá ido descansar já esta madrugada na cabine. Horas depois, o corpo foi encontrado por colegas e foi transportado para o hospital de Leiria, onde será feita a autópsia para apurar as causas da morte. De acordo com os bombeiros, os indícios apontam para doença súbita ou inalação de fumo, já que o veículo estava localizado numa zona sensível.

Agência Lusa